domingo, 31 de outubro de 2010

História da Ayurveda















Podemos classificar por períodos ou épocas a historia da Medicina Ayurvédica:



1 . Periodo Védico - de 4.000 a 2.000 a.C.:

- Este período refere-se ao tempo em que os mais antigos textos foram escritos, e onde está anotada toda a sabedoria, quer do passado, quer do presente, quer do futuro da Humanidade…, estes textos, são os VEDAS.


Assim, nos Vedas, estão descritas as leis que regem as energias do Universo, em sistema de verso (cânticos-mantras) a fim de mais facilmente serem memorizáveis e poderem ser transmitidos com segurança de geração em geração.

Estão divididos em 4 Vedas, que, por sua vez se subdividem:

Rig Veda

Yajur Veda

Sama Veda

Atharva Veda


Rig Veda

O documento mais antigo da literatura hindu, composto de hinos, rituais e oferendas às divindades. Foi escrito por volta de 1700–1100 a.C. Pela sua data fazendo dele um dos mais antigos textos de quaisquer línguas indo-européias e um dos textos religiosos mais antigos do mundo. Encontramos já os principais conceitos de Ayurveda, como seja os 3 Grandes Deuses relativos às forças cósmicas: Indra-Agni e Soma, ligadas aos três importantes humores biológicos: Vata(ar), Pitta(fogo) e Kapha(água).


Yajur Veda,

(yajus"sacrifício" + veda "sabedoria, conhecimento")

Contém textos religiosos com foco na liturgia, rituais e sacrifícios, e como executar os mesmos. O Yajurveda foi escrito durante o período Védico entre 1500 a.C. e 500 a.C.. Temos já indicações sobre saúde e longevidade. Aqui são indicados os conceitos importantes dos tecidos (dhatus) e referenciados os 5 pranas (ou “sopros” vitais no nosso corpo).


Sama Veda

(sāman "canto ritual" + veda "sabedoria , conhecimento " )

O Samaveda fica em segundo lugar na santidade e importância litúrgica depois do Rigveda ou Veda da Louvação Recitada.

O seu Sanhita (samhita), ou porção métrica, consiste principalmente de hinos a serem cantados no intuito de trazer paz, serenidade, bem estar, etc..


Atharva Veda,

(Atharvān,tipo de sacerdote, e veda que significa “sabedoria, conhecimento").

De acordo com a tradição, o Atharvaveda foi principalmente composto por dois grupos de rishis conhecidos como os Bhrigus e os Angirasas.

É o texto védico com maior referência ao Ayurveda, que é considerado um Upaveda, isto é: um ramo do próprio Atharva Veda. Aqui encontramos indicações a ervas específicas, bem como tratamentos a doenças devidamente identificadas. Dá indicações para um dia-a-dia salutar, enquanto os outros Vedas se dedicam mais a partes metafísicas.


Os outros Upavedas, ligados á Ayurveda, são:

Dhanur Veda: É a ciência da guerra e das Artes Marciais

Sthapatya Veda ( vastu Shastra) : arquitectura e geometria sagrada

Gandharva Veda: É o estudo da estética e se fala de todas as formas de arte como música, dança, poesia, escultura e erotismo.

Arthashastra: com a administração pública, governo, economia e política.


Existe uma ligação directa entre Ayurveda e ramos dos Vedas, intitulados VEDANGAS(Vedas + Angas: ramos), que são:

Jyotish – Astrologia

Kalpa – Ritual

Shiksha – Pronúncia

Vyakarana – Gramática

Nirukta – Etimologia

Chandas – Métrica



Período de Desenvolvimento: 2000 – 300 a.C.

Após o desaparecimento da civilização Saravasti, os ensinamentos foram compilados ao longo dos tempos através de vários textos, sempre com respeito nos Vedas, como nosUpanishades, e outras obras chamadas samitas (compilações).

As mais importantes são:

Charaka Samhita

Sushruta Samhit

Ashtanga Hridaya


Estes três tratados conhecidos como os BRIHATTRAYI: Grande Trio

Charaka Samhita: «Compêndio de Charaka», trata dos princípios de fisiologia e anatomia do corpo humano, bem como dos sintomas de várias doenças, como diabetes e artrites.

Sushruta Samhita: «Compêndio de Sushruta», trata da cirurgia, onde se destaca a Escola de cirurgiões de Dhanvantari.

Muitas ervas medicinais e seus efeitos são também referenciados nestes tratados de Ayurveda.

Ashtanga Hridaya: quinta-essência dos oito ramos da Ayurveda, representa uma súmula dos dois compêndios anteriores, compilando também estudos e conhecimentos de outros médicos ayurvédicos


Os Oitos Ramos da Ayurveda – Ashtanga Ayurveda
Kayachikitsa – medicina interna

Shalyatantra – cirurgia

Shalakya Tantra - oftalmologia

Kaumarabhritya – pediatria

Agadatantra – toxicologia

Bhutavidya – psicologia

Rasayana – rejuvenescimento

Vajikarana – afrodisia



Período Clássico: Budismo e Ayurveda: 300 a.C – 1000 d.C.

O Budismo afectou todas as áreas da vida na Índia, dada a sua popularidade.

Vários médicos que seguiam o budismo, aplicaram os princípios de ambas as partes, coordenando a prática budista com a Ayurveda. Um dos mais famosos foi Nagarjuna, que escreveu comentários ao Sushruta, bem como fundou as bases das preparações alquimistas, conhecidas por Rasa Shastra.
Neste período os textos mais importantes de Ayurveda foram traduzidos para árabe, que muito influenciou a medicina Unani- o sistema médico Islâmico.



Período Medieval e o Declínio: 1000 – 1750 d.C.

A invasão e ocupação de quase todo o território indiano pelos Muçulmanos que durou até ao século XVIII, teve como consequência a perseguição e destruição da cultura local, Ayurveda incluída.

Centros universitários, hospitais, mosteiros, foram vítimas de toda esta época de ocupação.

Algumas obras surgiram como o Mahava Nidana que se debruça sobre o diagnóstico das doenças. Raja Nighantu e Madanpala Nighantu, são duas obras importantes sobre ervas.

No século XVI Bhavamishra, considerado o melhor académico da época, escreve um texto importante Bhava Prakasha.
É também durante desta época que acontecem os primeiros contactos com os ocidentais, sendo os portugueses os primeiros, depois os franceses e por último os ingleses.



Período da Ocupação Inglesa: 1750 – 1950 d.C.

A ocupação colonial pelos ingleses negou o Ayurveda fechando escolas existentes, obrigando a uma certa “clandestinidade”.

Era considerada uma medicina atrasada e ligada à superstição, que foi substituída pela medicina ocidental até à independência da Índia em 1949.



Ayurveda na Actualidade

Progressivamente, após a independência, a Ayurveda retoma a sua importância.

As universidades são novamente abertas, bem como os hospitais e clínicas. Toda a sua tradicional e científica sistematização é recuperada estando de novo implantada em toda a Índia e não só.


Países ocidentais interessam-se pelo seu estudo, tendo adquirido o estatuto de medicina sendo reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

sábado, 30 de outubro de 2010

LOTA para efectuar o NETI




Design: Vitor Varão
Contactar por Email caso queira adquiri uma lota.

Peça de cerâmica destinada à higienização nasal.
A técnica utilizada designa-se NETI

Benefícios orgânicos fisiológicos
Este método de limpeza das narinas ou higienização nasal traz inúmeros benefícios, fisiológicos, orgânicos, e também psíquicos.

Dentre os maiores benefícios orgânicos podemos citar o combate a rinite, sinusite, resfriados alérgicos, alergias respiratórias de modo geral.

A profilaxia do sistema respiratório superior é muito importante para que o órgão que talvez mais usamos no corpo as narinas funcione na sua
 plenitude e eficiência.

A função das narinas é filtrar, aquecer, e humidificar o ar que respiramos.

Se tivermos em atenção a qualidade do ar dos diversos ambientes que frequentamos, as mudanças de temperatura, a poluição atmosférica e a humidade a que estamos expostos, então temos de cuidar das nossas narinas com muito carinho!

Em determinadas épocas do ano em que a humidade relativa do ar está mais abaixo do normal, ou seja, o ar está seco, lavar as narinas vai hidratar as mucosas impedindo a sua secura.
Pessoas que trabalham em ambientes com ar condicionado onde o ar está sempre frio e seco devem com regularidade fazer o Neti para hidratar as mucosas pois o ar condicionado retira a humidade.

Com certeza a baixa resistência imunológica a que a maioria das pessoas estão sujeitas vem da insuficiência do ar inalado e também de sua qualidade.

A higienização nasal remove as placas de bactérias que se alojam na cavidade nasal, combate os efeitos nocivos da poluição do ar.

Os efeitos de vaso dilatação e de alívio respiratório que sentimos imediatamente após o uso do LOTA, são fantásticos. Quem usa esta técnica durante algum tempo sabe disso.

Ao respirar melhor, promovemos uma melhor oxigenação cerebral, aumentando a lucidez, capacidade de concentração e memória.

Esta técnica quando utilizada frequentemente auxilia, e muito, no combate aos distúrbios do sono, quando a fazemos antes de dormir. O sono torna-se mais reparador, sentindo uma sensação de descanso pela manhã porque as narinas estão disponíveis para a sua função respiratória. Combate o incomodo do ressonar, da apneia. A pessoa que ressona ao dormir respira pela boca ar frio sem filtrar e sem aquecer e ainda inalando todos os ácaros da roupa, fungos e bactérias do ambiente, que podem provocar problemas e inflamação de garganta devido ao sistema imunológico baixo.

Se adoptar-mos o hábito de usar o LOTA pela manhã vamos então tirando os mucos do corpo (característicos de Kapha), os alimentos derivados dos lacticínios aumentam o muco, o catarro e onde eles principalmente se acumulam é no SÍNUS (osso do frontal), origem da sinusite, (inflamação no sínus).

Os benefícios psíquicos:

Analisemos o termo DEPRESSÃO, a própria palavra diz DE-PRESSÃO, (DE = Ausência, falta, PRESSÃO = Ar, gás), Ou seja, falta de AR!

Muito se pode fazer pelas pessoas que fazem tratamento para a depressão se elas respirassem correctamente e melhor!
Assim alguns dos sintomas mais comuns hoje em dia como a ansiedade, sensação de pressão no peito, como se o ar fosse acabar, seguida da angústia, ou seja aquela sensação de não conseguir fazer tudo o que se tem para fazer e dor no peito...ai vem o sufoco....e a sensação de vazio, vazio existencial...

Nessa hora é que damos o devido valor à respiração, sentindo como é bom respirar, como é boa a sensação de alivio, como é bom sentirmos as narinas limpas e a funcionar na sua plenitude.

Função da Água e do Sal:

A água morna tem função vasodilatadora, o sal (cloreto de sódio) é imprescindível dissociando-se em cloro e sódio, o CLORO age como bactericida e o SÓDIO como anti-séptico.
Adiciona-se uma colher de café de sal para o conteúdo de um lota, aproximadamente 300ml.
Devemos utilizar um bom sal, sal marinho ou flor de sal. O sal tem ainda a função de ajudar a proteger e revestir as mucosas nasais bem como manter sua hidratação. Por isso é que a água sem o sal irrita as mucosas e cria sensação de secura.
Recomendo usar água natural ou mineral.
Aquecer a água (controlar a temperatura da água pois as narinas são muito sensíveis) e colocar no LOTA e misturar o sal.

Para sinusites pode usar duas gotas de extracto de propólis, e para rinites duas gotas de limão, existem ainda outras possibilidades utilizadas para a lavagem das narinas com infusões em que podemos nos beneficiar das propriedades fitoterapêuticas das plantas desde que usadas com bom senso.
Em caso mais específico recorrer a um terapeuta


O fenómeno da Difusão por Capilaridade:

Quando se derrama uma gota de água numa folha de papel a água infiltra-se pelos capilares e espalha-se através de um processo chamado difusão por capilaridade. O mesmo fenómeno acontece quando lavamos as narinas, por diferença de temperatura, (água morna), e concentração, (o sal). O tempo de passagem da água através do septo nasal, vai proporcionar o mesmo fenómeno, ou seja, a solução infiltra-se pelos capilares dos ossos do sinus frontal e seios nasais e nesse momento acontece o amolecimento das crostas do muco, catarro, ou pus da infecção da sinusite, que estão encastradas, porque os ossos são porosos, começando assim a expulsar na forma de secreção, ou seja, limpeza.
Os fármacos que “secam” fazem com que as excreções não se libertem, daí que o uso continuo da limpeza nasal tem muito sucesso na cura da sinusite que se faz de uma forma totalmente natural, sem os efeitos colaterais indesejáveis dos fármacos. Por isso o conteúdo do LOTA tem aproximadamente 300 ml para que o tempo da passagem da água pelo septo nasal ronde aproximadamente de um a três minutos.
Livro recomendado
Neti: Segredos TerapÊuticos Do Yoga E Do Ayurveda
DAVID FRAWLEY

Massagem Terapêutica Ayurvédica





Massagem Terapêutica Ayurvédica

O tratamento Ayurveda completo constitui-se geralmente de 3 fases, de forma que o paciente deve tratar-se por dias (mínimo 7 dias a cada fase) necessariamente consecutivos. A primeira é PURVAKARMA, a segunda é PANCHAKARMA, que constitui a acção principal, e a terceira PASCIAKARMA.

As massagens terapêuticas do Ayurveda trabalham tanto nos níveis físicos quanto mentais, transmitindo uma energia vital que ajuda a reparar e renovar todos os sistemas do corpo. Proporciona relaxamento, circulação e eliminação de toxinas. Terapeutas ayurvedicos concentram-se nos marmas, pontos de entrada de energia vital no corpo que responde à manipulação física, e trabalham diferentemente em cada corpo. Os pontos marmas são o encontro dos sete tecidos do corpo “dhatus”, e quando cada ponto é dinamizado durante a massagem, na verdade estamos a equilibrar todo o corpo.

Nestes tratamentos são usados óleos essenciais de acordo com o tipo dominante da pessoa: Vata (vento) – elementos ar e akasha - óleo de sésamo; Pitta (bile) – fogo e água - óleo de coco, e Kapha (mucos) – água e terra - óleo de mostarda ou azeite. Cada um deles tem áreas específicas de actuação e funções terapêuticas de acordo com como são aplicadas. Assim como as ervas aplicadas nas massagens terapêuticas.
As massagens ayurvedicas nutrem os sete componentes do corpo humano, “dhatus”. Ao friccionar, comprimir e pressionar a musculatura, e ao manipular os pontos de pressão, se intensifica a circulação do sangue, da linfa e das hormonas, que por sua vez, fortalece o sistema nervoso e imunológico. Preparam o corpo para próximas etapas de tratamento.

Os sete componentes do corpo humano são:
1 - Rasa (fluidos, hormonas, linfa)
2 - Rakta (sangue)
3 - Mansa (carne, músculos e pele)
4 - Medha (gordura)
5 - Asthi (ossos e dentes)
6 - Majja (medula)
7 - Shukra (sémen)